RESENHA: Artigo: A Formação do Professor de Língua Estrangeira no Século XXI: entre as antigas pressões e os novos desafios de Luiz Carlos Balga Rodrigues
Este é um artigo que aborda um tema bastante
importante e problemático no âmbito educacional, que com o atual cenário
socioeconômico mundial, vem se evidenciando com cada vez mais frequência: A
formação do Professor de Língua Estrangeira e os desafios em se ministrar a
disciplina em escolas, tanto públicas, quanto particulares e até mesmo, escolas
de curso livre. Luiz Carlos Balga Rodrigues é Professor Adjunto de Letras
Francesas da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ) e busca, através de uma pesquisa qualitativa envolvendo professores recém-formados
que estão encarando a realidade educacional brasileira no que se refere ao
ensino de línguas estrangeiras, para explicitar e discutir com maior
propriedade as questões levantadas no artigo que, por sua vez, foi dividido em três
tópicos bastante relevantes.
Rodrigues começa seu artigo apontando as mais
diversas causas da má qualidade de ensino de Línguas Estrangeiras nas escolas
brasileiras. Perante a sociedade, a ideia de que não se aprende um idioma na
escola regular é intensamente enraizada. Muitos pais buscam em escolas de curso
livre alternativas que assegurem aos seus filhos uma aprendizagem concreta,
desprestigiando assim o ensino que lhes é oferecido pela instituição onde se
encontram matriculados. Segundo Luiz Carlos, a má qualidade do ensino está
diretamente associada à má formação do professor, uma vez que a grande maioria
deles, possui um domínio muito precário da língua que ensinam. Outras razões
estão atreladas ao fato de que muitos alunos saem da educação básica com uma
competência linguística insuficiente, entre elas estão: a falta de material
didático básico, turmas numerosas e até mesmo o excesso de trabalho do
professor que o impossibilita de preparar aulas melhores.
No segundo tópico, o assunto a ser tratado pelo
autor é sobre a formação do professor de Língua Estrangeira, no qual Luiz
Carlos levanta questões que incitam reflexão no que se refere a metodologia
aplicada na capacitação dos futuros discentes da área. Ressalta que, além do
domínio do conteúdo, é necessário que o profissional de Letras seja capaz de
colocá-lo em prática de forma autônoma e crítica.
“A
formação intelectual do profissional de Letras deve ser, portanto, cada vez
menos centrada na acumulação do conhecimento e cada vez mais focada no seu
desenvolvimento crítico, na construção da sua autonomia, que o leve a buscar os
melhores caminhos e as melhores soluções na sua prática cotidiana. ” (Luiz
Carlos Balga Rodrigues, 2016:22)
O
autor segue seu raciocínio no terceiro e último tópico, no qual desenvolverá
sobre a tão urgente e necessária formação de professores críticos e reflexivos.
Ao tecer suas concepções sobre o assunto, o autor menciona características e
competências inerentes ao professor que, ao seu ver, devem ser continuamente
trabalhadas de forma que o profissional esteja sempre apto a atender as
demandas de forma confiante e efetiva, evitando aulas engessadas e demasiado
metodológicas. Ressalta também algumas dificuldades encontradas na esfera
educacional, tais como: horários insuficientes e o não acompanhamento
pedagógico do professor por um coordenador capacitado. São exemplos que acabam
minando e frustrando o desempenho do professor em sala de aula.
É
irrefutável que as escolas brasileiras não oferecem respaldo no que se refere
ao bom ensino de línguas estrangeiras, além de carecer de materiais didáticos e
estrutura para a melhor abordagem do conteúdo. É necessário, contudo, que o
professor, uma vez que se torne crítico e autônomo, livre-se das amarras
de livros didáticos em busca de melhores resultados. Almeida Filho (1993) descreveu esse fenômeno por meio do
construto teórico “Abordagem de Ensino”. Segundo o autor, a abordagem de ensino
é a força potencial que determina e orienta o fazer do professor. Ela é o
conjunto de disposições do professor que irá orientar suas ações de ensinar
língua estrangeira. (op.cit. 1993: 17).:
“(...)
as capacidades reconhecíveis de ação fundamentadas em bases de conhecimento e
capacidade de tomada de decisões geralmente espontâneas e instantâneas num
quadro de posições ou atitudes do professor”. (Almeida Filho, 2006:11)
O artigo é escrito de maneira clara e objetiva
e é altamente recomendado para acadêmicos de Letras, professores de língua
estrangeira e a qualquer outro que venha se interessar pelo assunto, e é concluído,
enfim, com uma síntese de todos os seus argumentos e ideias de modo a deixar
claro suas intenções ao escrevê-lo, e é bem-sucedido ao trazer casos reais para
a sustentação de seus argumentos ao longo do artigo. Rodrigues destaca a
importância do desenvolvimento de um espirito aberto, bem como o de um senso de
responsabilidade e dedicação dos profissionais para com a prática da docência,
o que é impreterível para que o mesmo seja capaz de lidar com as diversas
desavenças sem desanimar na pratica de seu ofício. Brenda K. Abraão é acadêmica do curso de
Licenciatura em Letras do Instituto Federal de São Paulo – Avaré.
RODRIGUES, Luiz Carlos Balga. A Formação do Professor de Língua Estrangeira no Século XXI: entre as antigas pressões e os novos desafios. In: Estud. Ling., Londrina, n. 19/2, p. 13-34, dez. 2016.
REFERÊNCIAS
BIBIOGRAFICAS
ALMEIDA FILHO, J. C. P.
“Conhecer e desenvolver a competência Profissional dos professores de LE”. In:
Contexturas: Ensino Crítico de Língua Inglesa. São Paulo: APLIESP, n.9. p.9-19.
2006
RODRIGUES,
L. C. B. “A Formação do Professor de Língua Estrangeira no Século XXI: entre as
antigas pressões e os novos desafios. ” In: Estud. Ling., Londrina, n. 19/2, p. 13-34, dez. 2016.
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